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Ligia França para falar de si e contar a sua história, prefere fazê-lo através da música que viveu e vive, no seu nordeste brasileiro e na Itália, na linda região de Veneza, onde reside há alguns anos. 

Com apenas 12 anos, ela já está se apresentando ao vivo em Natal com o grupo Pó da Terra, especializado em música regional original, com forte conotação politica.  Eram os anos 70, e o Brasil vivia o período mais duro da ditadura militar.  Logo a seguir se afirma como jovem intérprete solista da Banda Mecanismo, tocando nos bares e barracas do litoral de Natal com um repertório de Música Popular Brasileira (MPB), mas interessando-se muito pelo sound sofisticado da bossa-nova, procura outras formações, mais intimistas, para expressá-lo.  Nesse contexto, no começo dos anos 90, atrai a atenção de um empresário italiano lhe oferece um contrato para uma temporada em Milão em 1994. 

Ao retornar à Itália, em 1998, realiza seu primeiro disco, VIDA, em Turim, com o conterrâneo Roberto Taufic, violonista, compositor, arranjador e produtor, que focaliza um repertório inédito de grandes compositores famosos em Natal.  O projeto é tão audaz que só consegue ser publicado em 2006, através de uma campanha beneficente apoiada pela Porsche italiana para a construção, em Natal, de uma estrutura de apoio que acolhesse as famílias de crianças doentes, em terapia na capital no Grupo de Apoio a Criança com Câncer (GACC). Os shows e a venda das mil cópias desse disco, decididamente, doam VIDA. 

MUNDO MELHOR é o segundo álbum e para produzi-lo, Ligia traz especialmente de Natal o importante músico e arranjador, Joca Costa.  Estamos em 2005 e além da canção de Pixinguinha que da’ nome ao disco, o repertorio é escolhido entre as canções dos grandes compositores da MPB:  Chico Buarque de Hollanda, Milton Nascimento e Caetano Veloso, e mais algumas composições inéditas de músicos brasileiros atuantes na Itália.  É um disco que conta também com a participação de ótimos músicos italianos, como os violonistas Sandro Gibellini e Ennio Righetti, e que se destaca pela orquestração realizada por Joca Costa.  Esse trabalho entra no mercado discográfico em 2008.

Passam-se alguns anos e em 2010 chega o momento de MEU MUNDO É HOJE, projeto com a produção e o violão de Roberto Taufic, sem dúvida uma espécie de alma gêmea, artisticamente falando.   A vontade de Ligia aqui era unir a sua raiz brasileira e um repertório dos anos 30 do século XX, a sonoridades jazzísticas.  O pianista cubano Aruan Ortiz aterrissou em Veneza, vindo de Nova York e Armando Marçal fez o mesmo, chegando do Rio com a sua maestria percussiva, para concretizar essa sua ideia.  O resultado foi um grande sucesso de público e crítica, seja para o disco que para a sucessiva tournée que se alargou pela Europa.  A primeira e única homenagem à musica autoral italiana presente nesse álbum – Guarda che luna, de Fred Buscaglione –  foi muito apreciada e rendeu participações em coletâneas italianas e europeias. 

Já com um público fiel que espera pelos seus lançamentos para conhecer canções raramente gravadas na Europa, dessa vez Ligia França vai ao Brasil porque em seu quarto álbum, CONTRASSENSO, ela deseja registrar os ritmos e os instrumentos originais do seu país.  No mês de setembro de 2015, em Natal, Roberto e seu irmão, o pianista Eduardo Taufic, a recebem para arranjar e produzir um cd de sambas e clássicos da musica brasileira.  Mais uma vez, o período focalizado são os anos 30 onde a sensibilidade de Noel Rosa, Herivelto Martins e Dorival Caymmi, entre outros, encontram no coração da intérprete um terreno fértil para todas as nuances da sua voz. Esse registro é publicado no inverno italiano de 2016.

Em 2021 vem remasterizado 'Meu Mundo é Hoje' com nova cara e nova gravadora.

O mais recente trabalho 2023 depois da pausa forçada sofrida pelos músicos nos últimos anos, volta com energia redobrada e oferece-nos EspontâneaMENTE, um álbum de estúdio ao vivo, acústico e intimista, à medida das suas inconfundíveis nuances interpretativas.

Trata-se de um projeto atemporal, tanto pelo bom gosto e erudição do repertório, quanto pela poética e virtuosismo violonístico de seu amigo de longa data, o sertanejo e agora internacional Roberto Taufic. Junto com a bateria de Roberto Rossi - o músico bolonhesa mais brasileiro que existe - este trio unido nos levará a uma viagem particular pelos mares, as notas e versos de grandes nomes como Vinícius de Moraes, Caetano Veloso, Domenico Modugno, Milton Nascimento , Charles Chaplin e Villa-Lobos, só para citar os mais conhecidos. Para embarcar sem pensar duas vezes!

Você pode clicar nos títulos dos discos ou nas capas na página oficial www.ligiafranca.com para ouvir, comprar e saber mais sobre os discos de Ligia França.

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